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CONVENTO DO ESPÍRITO SANTO
Em 1684 o convento de Freiras Franciscanas de Nossa Senhora da Conceição era uma casa de recolhimento de mulheres desprotegidas situada junta à Ermida de Nossa Senhora dos Pobres. Em 1693, o Padre João Aguiar Ribeiro pediu autorização ao Senado da Câmara para que esta comunidade religiosa passasse a usar a Ermida do Espírito Santo, que era administrada por esta edilidade. O parecer foi positivo e as freiras instalaram-se numa casa contígua a este templo e, aos poucos foram adquirindo mais casa e anexando-as umas às outras em forma de claustro.
Estas religiosas, agregadas à Ordem de S. Francisco viviam da contemplação, exercícios de piedade e de mortificação
Como era usual na época, a Igreja tinha uma só nave, com as paredes revestidas de azulejaria figurativa, que foi retirada em 1888.
O retábulo era de talha barroca
O terramoto de 1755 afetou muito este edifício e muitas religiosas saíram para casa de seus parentes com a ordem e a licença do seu Prelado.
Com a extinção das ordens religiosas este convento encerra em 1836.
O claustro sobressai como o elemento de maior relevância e a sua postura assenta em princípios estéticos que oscilam entre o neoclassicismo e os valores da arquitetura chã, que se mantiveram vigentes na região algarvia por todo o século XVIII.
Esta obra parece filiar-se em termos artísticos nos claustros seiscentistas de um outro ramo franciscano, os Capuchos, igual ao Convento de Santo António.
Tal como acontecia nos restantes conventos, as cercas constituíam o local onde as comunidades religiosas cultivavam alguns alimentos para o seu sustento.
Mais tarde, a Câmara Municipal de Loulé e o Tribunal Judicial ocuparam parte das antigas instalações conventuais.
A Igreja do Espírito Santo foi desativada e transformada em Teatro, onde atualmente se encontram instalados o depósito e o laboratório do Museu Municipal. A restante parte do Convento foi vendida em hasta pública a dois particulares, que a transformaram em casas de habitação.
Com a expropriação dos bens conventuais, a parte norte da cerca deste convento foi cedida, em 1866, ao filantropo Conde Ferreira que nela mandou construir uma escola primária, à semelhança de outras que fomentou no país.
Na sequência da desativação do edifício em 1975 e da criação do Centro Histórico de Loulé, a autarquia assume como imperativo a revitalização do espaço da cerca.
Após a demolição da escola, promoveu, em 1989, escavações arqueológicas e o projeto arquitetónico para a futura praça.
Atualmente, o espaço outrora ocupado pelo Convento e sua cerca, alberga a Galeria de Arte Municipal, e durante alguns anos, o Instituto Superior D. Afonso III.