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CASTELO DE LOULÉ

O castelo de Loulé começa por ser apenas uma pequena torre albarrã, em taipa, no início do século VII com a invasão muçulmana da Península Ibérica.

Afonso III conquista Loulé, no dia de S. Clemente em 1249.

No contexto da crise de 1383-1385, a vila enfrentava dificuldades e, na eventualidade das forças de Castela invadirem Portugal, foi necessário reparar a torre que encimava a Porta de Faro e levantar as muralhas e ameias do flanco sul da cerca da vila. Sensível a este estado de coisas, D. João I concedeu à população da Vila privilégios especiais para habitar o interior da Cerca e doou o pardieiro em frente à Igreja de São Clemente (atual igreja Matriz) para a construção de um adro.

As muralhas do castelo foram reedificadas no século XV com o ciclo dos Descobrimentos portugueses. Nesta altura, a região do Algarve vivenciou um novo ímpeto de crescimento econômico, do qual também Loulé beneficiou, exportando vinho, azeite, frutas, peixes secos e sal. Graças a esses recursos, a partir de 1422, as muralhas do castelo foram reedificadas por D. Henrique de Meneses, 1º conde de Loulé.

Após a Restauração da independência, (1640) diante da evolução da artilharia, o Castelo perdeu o seu valor defensivo. Desse modo, o crescimento urbano gradativamente foi absorvendo os antigos muros, processo que se acelerou a partir dos danos causados pelo terramoto de 1755, que destruiu a maior parte da vila. As torres do castelo desabaram, assim como grandes troços da muralha. A reconstrução da malha urbana privilegiou os setores residenciais, onde solares e palacetes se passaram a destacar.

O castelo ergue-se num dos vértices da cerca medieval da cidade. Esta cerca definia um perímetro com uma área de aproximadamente cinco hectares e que pode ser dividida em dois núcleos principais:

a Alcáçova, espaço eminentemente militar; e a Medina, espaço essencialmente civil e administrativo.

Os remanescentes desse conjunto consistem em três torres, uma das quais albarrã, definindo um dos troços da muralha a Nordeste, que funcionaria como limite da alcáçova, a Torre de Vela, localizada na Rua Engenheiro Duarte Pacheco (mais conhecida pela Rua da Corredoura) e, perto desta, a Porta de Faro. No arrabalde Sul, ou mouraria, à saída da Porta de Faro, estão as ruas onde se pensa estariam localizadas as instalações artesanais, como comprovam os topónimos de outrora, alguns deles ainda hoje existentes. Em plano Inferior, existe outra torre albarrã, voltada para a Rua da Barbacã que, como o nome sugere ( barbacã significa um muro anteposto às muralhas de menor altura do que estas, para as proteger do impacto da artilharia)  aqui se deveria ter erguido este tipo de estrutura, paralela às muralhas, talvez desaparecida para a abertura do arruamento.

Da primitiva Medina restou uma torre de planta quadrangular, originalmente o minarete da mesquita muçulmana, adaptada, após a cristianização, como torre sineira da Igreja de São Clemente.

No século XIX, foram loteadas e ocupadas para fins residenciais e comerciais as áreas adossadas às muralhas do Castelo, das quais foram demolidos alguns troços. Os remanescentes do castelo encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 28 de Junho de 1924.

Após os trabalhos de conservação e restauração desenvolvidos no século XX, o conjunto no interior do castelo é utilizado como museu arqueológico e centro de documentação.